10 de set. de 2015

Diga não à mediocridade

Escrito e lido por: Eliana Rezende

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Há quem diga que o que separa um expert de um amador é a dedicação.
Nessa linha de raciocínio, teríamos que o talento seria pura e simplesmente a capacidade de um indivíduo de se dedicar disciplinadamente a algo. E nesta perspectiva, em geral os que se satisfazem com sua mediocridade são os que preferem um determinado nível de conforto e deixam de dedicar esforço e empenho ao novo.



Do lado de cá fico pensando muitas coisas, mas acho que começo com um acordo com tais afirmações. 

Em geral, as pessoas preferem a zona de mediocridade, que é aquela exatamente que coloca todos como amadores em muitas coisas. Esta zona é a vizinha de condomínio da zona de conforto. Neste local todos plainam por muitos lugares e não se detém profundamente a nada. Especialistas em quase tudo, sem nada de fato conhecer a fundo. 

Poucos são aqueles que resolvem avançar, pular o muro do seu condomínio e buscar vencer os limites de seu quintal (seja ele pessoal, profissional, intelectual e até das afetividades). 

Aqueles que ousam ousar conseguem descobrir que podem ir além, mas isso significará esforço, empenho, muitas horas advindas de abrir mão de outras coisas e escolhas. E é aí que as pessoas preferem não ter que abrir mão. Assim, acha-se erroneamente que se consegue manter de tudo um pouco, ainda que seja mediocremente. Equivocadamente acham que ao abrir mão estarão perdendo, e se esquecem que as mãos precisam estar livres para que novo chegue. Ocupar-se demais e segurar-se ao que está atrás, além de não permitir o avanço na velocidade desejada, ocupa espaços e energias. 

E assim, muitos escolhem um trabalho medíocre, uma existência medíocre, um relacionamento medíocre. Tudo pelo medo de perder um trabalho, não conseguir um novo amor, ou não ser capaz de construir uma nova rotina para sua existência e vida. 

E de novo entramos em outra seara, que são as das escolhas: sempre pessoais e intransferíveis. Cada um tem as suas! E contra isso não há o que ser feito. 

Dizer não à mediocridade é caminho individual e que só pode ser trilhado por corajosos e audaciosos. Corajosos, porque admitir que estava confortavelmente instalado em uma zona e que esta não é a correta para si, é difícil. Não bastasse isso, fazer a mudança (já que muitos constatam, mas preferem ficar onde estão) é mesmo um ato de coragem. 

Daí que para resumir tudo, vejo que nada mais temos do que um caminho de autoconhecimento. E que como tal, cada um decide o seu, não cabendo a mais ninguém julgar ou criticar.
Pode-se apenas constatar!  

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3 comentários:

  1. Assím foi comigo há alguns anos atrás,Por experiência passada, do glamour, sucesso ao poço sem fundo.,(A doença achou o meu endereço e foram 10 anos, lapidei o meu patrimonio), Quando alguém me falou que eu era muito mais forte que aquela situação.,Recomecei tudo novamente, entrei para a corretagem de imóveis, E neste novo caminho, um amigo deu-me lições, disciplina, foco, determinação, e muita enegia e entusiasmo. Graças á Deus, aquela situação ficou prá trás. Hoje ainda em recronstrução estou feliz, muito feliz, já adquiri o meu apto. de 180m² num bairro nobre, e ja estou planejando a minha viagem de 60 dias pela Europa e Oriente.
    E esta reflexão além de trazer-me lembranças do meu reinicio, traz também uma energia de muita força, e entusiasmo., lógico que regido por forte disciplina.
    Gostei muito., é uma reflexão prá todos que ao conforto pobre se satisfazem.
    Atenciosamente
    KING....corretor de imóveis SP

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  2. Olá, Eliana Rezende. Suas palavras nessa manhã de sábado não poderiam ser mais sábias. Tenho enfrentando altos picos de stresses por causa dessa "Zona de mediocridade" porque sai que posso avançar e terei que ter uma energia uma disposição maior na minha própria vida e no profissional se quiser fazer diferente e sair do meu estado de mediocridade. Gostei muito das suas colocações. Até mais.

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  3. Vejo um quadro bem sério do avanço/domínio dessa mediocridade nas universidades públicas. Algumas estão em greve já há 4 meses, mas se vc vai ver o ranking de produtividade, ele é baixíssimo e não estou enfatizando a questão do "quantitativismo" não, porque infelizmente hoje, no serviço público a "produtividade" virou sinônimo de "mediocridade" usado como defesa por quem nada produz e não quer ser cobrado! Aí vemos professores doutores, DE, reivindicando aumento salarial, laboratórios, financiamentos, mas que não publicam um artigo (em qualquer revista acadêmica, mesmo as da própria instituição onde trabalha) há mais de 5 anos! Dizem que são defensores da "slow science" (levam 5 anos teorizando, mais 5 tentando colocar a teoria na empiria, mais 5 sistematizando dados, mais 5 escrevendo o rascunho, mais 5 corrigindo o rascunho, para finalmente, nos últimos 5 anos - antes da aposentadoria - publicarem um artigo de 8 páginas nos Anais de um evento organizado por seu próprio Departamento! E nisso ficam! Parece deboche? Mas é a realidade em muitas instituições!). E aí aquele que produz muito (não o que faz copy cole ou obriga todos os alunos a colocarem o nome dele como co-autor) e com qualidade é atacado com ganas de ódio, tendo que ou deixar de produzir para ser aceito como um "igual" (medíocre) e viver em paz, ou ficar pulando de instituição, em busca de alguma que valorize sua produção. Cada vez mais a mediocridade assume as rédeas do ensino superior, por isso não aceitam avaliações e aumentos salariais vinculados à produtividade. Ultimamente tem professor doutor se descredenciando de Pós-Graduações por não querer publicar 3 artigos em 3 anos!!! E isso no âmbito da Educação, da Pesquisa, da Inovação que é a universidade! Como então achar que profissionais inovadores, empreendedores, não-acomodados e não medíocres serão formados??? Está difícil viver nesse universo de contradições! Ser amaldiçoado por pesquisar numa instituição de pesquisa!!! Só mesmo no Brasil!

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