28 de jan. de 2015

Tempo: valioso e essencial

Por: Eliana Rezende

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Não contem a ninguém: mas hoje faço Aniversário.
É a passagem do Velho Senhor dos Tempos em mais uma ronda. Alcança-me os anos e mostra-me a conta dos meus dias.
Penso sobre tudo e concluo que a vida é mesmo sábia. Nos dá os anos para que não vivamos tudo de uma só vez. Viver, portanto, é ter a paciência para moldar um espírito inteiro!
Olhando para frente, e para trás, parece-me que tenho muito menos a viver do que já vivi. Eles passam e ganhamos certas coisas, na exata medida que outras se vão.
É a Lei das compensações:

Aos 18 meses de idade
Se a pele perde viço, os pensamentos ganham razão. Os bons argumentos se fazem desta.
Se o tônus do corpo se perde a mente e as ideias ganham contornos e robustez. Sabem que precisam ser edificadas fortes para que firmes se sustentem.
Se o corpo pode falar, o silêncio ao lado da escuta pode ser bom conselheiro. Descobre-se o verdadeiro sentido de se ter dois ouvidos e apenas uma boca: é preciso sempre ouvir mais do que falar.

Se as paixões não são avassaladoras, há o terno calor do amor companheiro que aquece e segue por onde quer que possamos ir.

Se os olhos precisam de óculos, a perspicácia ganha agudeza. Enxerga-se adiante num futuro que ainda é esboço, nas entrelinhas de gestos, de não ditos.
Descobrimos que em toda nossa trilha, com tantas idas e vindas, cada um de nossos dias foi vivido em nossa exclusiva companhia. O Tempo nos faz solidários e generosos com o que somos. Estaremos juntos até a última de nossas respirações. Assim nada de animosidades, rancores, maus sentimentos. O maior de todos os amores deve ser gentil, suave e sem culpas ou arrependimentos: é de nós para nós mesmos.

Substituem-se sonhos por realizações. Na ronda do Tempo percebemos o que fomos e o que nos tornamos e como a alquimia dos sonhos transformou nossas vidas, materializou projetos, redimensionou ideais. Criou pontes entre passado, presente e futuro.
Tudo em perfeita sincronia para que os anos nos cheguem e tenhamos o que barganhar.
Muito interessante e sábio.

Do outro, e até porque os anos passam e o saldo tende a diminuir rapidamente, não temos tempo a perder. O Tempo nos faz saber que correr para enriquecer é o remédio para todas as doenças. E que o lucro obtido será gasto para comprar a cura das doenças acumuladas pelo estresse, noites mal dormidas, trânsito pesado, reuniões intermináveis.
Não se lucra quando se subtrai.

O Tempo é valioso e essencial, tece-nos a trama de quem somos, nos dá memórias e vinca nossa identidade pelas eras e pelos espaços por onde trafegamos, portanto:

Não há Tempo para se perder com a fogueira de vaidades e com coisas sem importância.
... . É sim, Tempo para cultivar generosidades;
Não há Tempo para se ocupar de existências alheias.
... . É sim, Tempo de colher o que se plantou;
Não há Tempo para discussões sem proveito ou lutas insanas.
... . É sim, Tempo das almas maduras que buscam apenas o essencial;
Não há Tempo para perder com invejas, fúrias, preconceitos, mesquinharias (físicas ou espirituais)
... . É sim, Tempo de sedimentar o que de fato foi construído;
Não há Tempo para desejos de vingança ou ganâncias.
... . É sim, Tempo de perpetuar para não esquecer nossa brevidade no lapso tempo/espaço;
Não há Tempo para disputas, melindres ou guerras de egos e poder.
... . É sim, Tempo para alargar o espírito.

Enfim, não há Tempo para mediocridades e posses. Não servirão de nada para o lugar que iremos!

Talvez o caminho ao final seja de novo inverso: nascemos sem nada (física, mental, material, espiritualmente) e deveríamos, se aprendemos algo do Tempo, levar de volta um espírito alargado.

Se ao nascer começamos a morrer, olhando-se de lá para cá, talvez ao morrer começamos a nascer daqui para lá.

Sigo pensando que quero que meus anos passem, para que ao final possa dizer no meu Testamento:


Não deixo bens...
Não acumulei nem construí nada que possa ser roubado ou destruído.
Não possuo nada de valor material para ser perdido.
Não tenho nada que possa ser penhorado, trocado, vendido

Tenho apenas: 
Voltas que dei pelo mundo
Encontros delas resultados;
Amores vividos, 
Caminhos compartilhados,
Escolhas e mudanças de rumos e rotas
Paisagens que vi pelas janelas, em todos meus deslocamentos.

Culturas que conheci
Templos que entrei
Arquiteturas que vi
Pontes que atravessei
Muralhas que adentrei
Ruas por onde andei;

Mares que naveguei
Odores e sabores que experimentei
Pores-do-sol dourados que assisti
Amanheceres de luz que vi
Gotas de chuva caídas em dias quentes de verão
Luas de prata e douradas suspensas com meus pensamentos distantes
Tons de outono
Sombras frondosas e folhas em matizes sépia
Horizontes cor de esmeralda
Céus estrelados de dois hemisférios;

Sons que escutei
Brisas que senti
Músicas que dancei
Brindes que fiz
Vinhos que amei
Livros que li;

Vistas de sonhos sendo construídos
Quadros e esculturas que apreciei
Pensamentos que arquitetei
Linhas que escrevi
Tramas que teci
Ligações que estabeleci
Sorrisos que distribui;

Desculpem-me todos...
Os erros que cometi.
Não tive tempo de acumular artigos

Estive todo tempo ocupada em Viver!...

                                                                (Por: Eliana Rezende)
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25 de jan. de 2015

♫ ♪ ♫ Tomara que chova...3 dias sem parar ♫ ♪ ♫

Escrito e lido por: Eliana Rezende




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E São Paulo se junta ao coro do Nordeste e do Rio de Janeiro quando canta com Emilinha Borba para pedir chuva. 
Vamos ao coro?


♫ ♪ ♫

Tomara que chova

Tomara que chova
Três dias sem parar
Tomara que chova
Três dias sem parar

A minha grande mágoa
É lá em casa
Não ter água
Eu preciso me lavar

De promessa eu ando cheio
Quando eu conto a minha vida
Ninguém quer acreditar
Trabalho não me cansa
O que cansa é pensar
Que lá em casa não tem água
Nem pra cozinhar

Tomara que chova
Três dias sem parar
Tomara que chova
Três dias sem parar

A minha grande mágoa
É lá em casa
Não ter água
Eu preciso me lavar

De promessa eu ando cheio
Quando eu conto a minha vida
Ninguém quer acreditar
Trabalho não me cansa
O que cansa é pensar
Que lá em casa não tem água
Nem pra cozinhar

♫ ♪ ♫


Mas aí penso que não vai dar!
O que fazer com tanta água querendo entrar?
São as ruas que se enchem e ninguém podendo andar.
Jogado daqui pra lá é o lixo que insiste em voltar.

É tanto sofá, tanto colchão flutuando na correnteza e eu sem lugar seco para deitar. 
Embalagens, frascos, latas flutuam num passeio de vai e vem.
E eu aqui parada tentando me salvar! 
O gato já se foi, correndo para não se afogar.
Em meio a tanto entulho, frutas e legumes dançam desordenadas em meio a água das cheias que as teimam carregar.

A compra do mês embolorou e a roupa estragou. 
Com tanta água suja nada se salvou.
Ir trabalhar não vai dar não: o transporte não vai funcionar. 
O ônibus não vai chegar, o metrô vai parar e o trem vai encrencar.
Os carnês ainda estarão molhados quando for pagar, mesmo que a geladeira e o fogão tenham saído para boiar. 

Agora é esperar toda água abaixar. 
Tem muita lama para arrastar, e o que sobrou para limpar. 
E torcer para que na próxima menos lama venha me encontrar.

Tanta água na rua e a minha torneira seca sem pingar! 
Sem água para beber, para limpar, ou cozinhar.
Em breve vai chegar minha conta d'água para pagar. 
É certeza que irão me acusar de ter gasto toda a água que ainda vai faltar!

Pensando bem, talvez seja melhor não chover 3 dias sem parar!



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12 de jan. de 2015

Dia de Festa: 1º Aniversário do "Pensados a Tinta"!

Escrito e lido por: Eliana Rezende


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Olha só como o tempo passa!

O Pensados a Tinta faz hoje, dia 12 de Janeiro de 2015 seu primeiro aniversário.
Há muito o que comemorar com todos vocês, leitores atentos e assíduos, que fazem com que esta experiência do Blog seja para mim um grandíssimo prazer.

É graças à leitura de todos que sinto-me motivada a buscar inquietações, reflexões, percepções de mundo para dividir com todos.


Um Blog sempre nasce a partir de uma demanda de existência para comunicar ideias, inquietações e percursos.

E o Pensados a Tinta não é diferente em sua motivação e representa para mim antes de tudo um veículo de comunicação, troca.

A arquitetura de ideias edificadas por palavras acaba sendo o meu desafio, e o meio pelo qual procuro aliar pensamento e reflexão.

A escrita, tanto como a leitura são coisas que se cultivam e aprofundam.
Algo que tece nossas impressões sobre o mundo. Merecem ser pensadas com cuidado, lapidadas com tempo e apreço pela palavra que se diz e por quem a lerá.

Ao mesmo tempo, e isso por experiência própria, um texto é sempre novo a cada vez que o retocamos e o rigor da gaveta pode inviabilizar um escrito.

A escrita passa a ser um exercício que busca não apenas diferentes temas, mas também diferentes formas de contorná-los e apresentá-los a todos.

Como devem ter percebido, além de abordar temas relacionados à Gestão da Informação, a sociedade é um grande ponto de reflexão para mim e a origem de quase todos os meus posts, por isso ela aparece impreterivelmente, quer eu refira-me a ambientes analógicos, quer digitais.


Nesse sentido, a escrita é uma grande paixão e é o meio de nos alcançarmos e trocarmos.

Os pensamentos aqui são múltiplos tanto quanto o são os caminhos da minha atuação profissional e, portanto, elejo temas relacionados às Ciências Humanas (dentre elas a História,, Arquitetura, Cidades, Sociologia, Antropologia),  Ciências Sociais Aplicadas, Cultura, Educação, Tecnologia, Comunicação e Comportamento.

E como ninguém é de ferro, também deixo em tintas um pouco do que ouso chamar de prosa poética: pensamentos rascunhados em momentos diversos de minha existência e agora compartilhados com todos. Não tenho pretensões de ser escritora, mas antes de tudo, quero brincar com as palavras e compartilhar com tantos quanto seja possível formas de ver e estar.

Assim, sempre há espaço para mais um!

O Pensados a Tinta também possui uma página no Facebook, e você o pode curtir/acompanhar clicando aqui.

Agora que já me visitou, vamos brindar?

Tim - Tim...


Obrigad@ pela presença e volte muito e sempre!

__________
Abaixo fiz a lista dos meus posts preferidos. Não estão na ordem, nem de escrita e nem de preferência. Mas, são para mim representativos das minhas inquietações.
Como foi bom tê-los escrito! E você os leu?

Feliz Olhar Novo!
Palavras vincadas
De metáforas e escrita...
Infância roubada
Quero meus direitos!
Bem vindo ao Facebookistão!
Contradições em vidas modernas
Ruídos do silêncio
Telhados de Lisboa
Empáticos e gentis: para quê?
Desinformação como tática midiática


9 de jan. de 2015

Seminário Internacional: Gestão da Informação e Transparência

Escrito e lido por: Eliana Rezende




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A Gestão da Informação como Transparência à Administração Pública tem sido um tema aliciante e em voga em muitos países do mundo e não poderia ser diferente em nosso próprio continente.

No decurso dos últimos dias de Novembro de 2014 tive o privilégio de representar o Brasil no 2º Seminário Internacional sobre Gestión de Información y Transparencia sediado pelo IFAI (Instituto Federal de Acceso a la Información y Protección de Datos) - DF - México, a convite do mesmo.

Uma experiência agradabilíssima e que serviu para demonstrar que o tema de fato tem movimentado diferentes países e políticas publicas com alcances e abrangências diversas.
Daí a riqueza e importância de um evento como este.

Profª Drª Eliana Rezende em Conferência no 2º Seminário Internacional sobre Gestión de Información y Transparencia
Com representantes ibero-americanos, o Seminário Internacional teve como principal objetivo trocar experiências entre profissionais empenhados, nos seus respectivos países, no tratamento da informação com a finalidade de garantir acesso e preservação à mesma. Além disso, e num trabalho intimamente relacionado está o fortalecimento da Memória Institucional.

No universo institucional, muitos confundem soluções de ECM/GED como sendo Gestão Documental, o que gera uma série de problemas. Gestão Documental possui um universo muito mais abrangente do que a mera definição de uma solução tecnológica!
Foi exatamente em torno desta que fiz minha exposição.

O Seminário foi profícuo neste sentido e mostrou como diferentes profissionais, em seus âmbitos de atuação, vêm cuidando, tratando e normatizando princípios em relação à Gestão Documental.
Além disso, buscou apresentar diferentes modelos aplicáveis à Gestão Documental e como os mesmos se relacionam com políticas com vistas ao Governo Aberto.

Com uma intensa agenda de dois dias inteiros mostrou de forma bastante consistente o que os países Ibero-americanos vêm realizando no âmbito da Gestão da Informação e o acesso. São políticas diversas, que adequam-se à universos diversos, mas ao mesmo tempo demonstram como uma grande gama de princípios norteadores pautam trabalhos e iniciativas, e em boa parte das vezes com muito bons resultados.

Como forma de demonstrar isso, apresento a página com a Programação Geral do evento, que você pode acessar clicando aqui, onde terá informações sobre o objetivo do evento e maiores informações sobre a instituição acolhedora: IFAI (Instituto Federal de Acceso a la Información y Protección de Datos - México)

2º Seminario Internacional de Gestión Información y Transparencia
Para que o evento possa ser apreciado em sua totalidade, ao mesmo tempo mostrando o alcance das conferências e mesas, a seguir disponibilizo o link de cada uma das exposições. Considero que isso agregará muito valor e interesse à diferentes profissionais na área de Informação.
Clicando aqui você poderá acessar a programação do evento e as versões estenográficas de cada uma das apresentações, inclusive a minha.

Além disso, disponibilizo o post que foi base para uma das minhas apresentações, intitulada "Gestão Documental: transparência e racionalidade às Administrações", clicando aqui.

Conto que seja de grande proveito a todos e que possa servir de inspiração para iniciativas locais regionais e nacionais, já que vem sendo perseguido pelos diferentes países convidados.

Palestrantes convidados dos 10 países em foto de encerramento do evento

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