22 de fev. de 2014

Qual o perfil do Gestor de Conhecimento?

Por: Eliana Rezende

Gosto sempre de incentivar as pessoas interdisciplinarmente. Não creio num mundo compartimentado, creio num mundo que integre vários modos de pensar!

É este novo mundo que se descortina para nós. Buscar conexões possíveis entre áreas e manter o espírito aberto para dialogar é o que nos deve manter.

Sempre digo que nesta seara falo não como uma especialista, mas antes de tudo, como uma observadora.
Eu própria tenho minhas reservas até mesmo em relação ao termo "Gestão do Conhecimento", e acho que prefiro a expressão “Gestão em Conhecimento”. Mas abstraindo-me de tudo isso lancei a discussão por crer que toca a todos sem distinção, direta ou perpendicularmente.

Escrito por: Eliana Rezende - Curitiba, Fevereiro/2014
Sou uma humanista. Apenas e tão somente... por isto, tantos temas e inquietações. A possibilidade de aprender com outros e dividir prismas é o meu objetivo. E num tema como este não poderia ter outro olhar.

Percebo como necessária esta forma de ver e conceber empresas que estão aprendendo a gerir seu capital intelectual. Isso é bastante significativo quando pensamos que cada vez mais lidamos com massas de informações que podem ou não gerar conhecimento e inovação e que em boa parte dos casos podem estar retidas também em formas de experiências profissionais de cada um.

Gosto sempre de frisar isso, pois na minha concepção o Conhecimento não é algo que preexiste em algum lugar e simplesmente o tomamos. Considero-o como o produto de uma ação consciente em transformar informação em algo mais. É uma ação consciente que parte de um individuo e de seu repertório. Repertório esse alimentado por toda a gama de experiências que possa ter.

Tomando-se esta perspectiva não acredito que atores extrínsecos ao indivíduo possam gerir aquilo que é de sua absoluta competência. Por isso, não gosto da expressão Gestão de Conhecimento. Podemos sim ter agentes facilitadores para que esse Conhecimento circule e gere novas possibilidades de criação e inovação.  

Aproveito como forma de enriquecer ainda mais o debate, uma sugestão do Professor Aldo Albuquerque.
Em suas palavras:
"Como podemos definir "conhecimento" em uma sociedade pós-industrial equipado com novas mídias, tecnologias de comunicação instantânea e acesso universal à informação? Quem controla a sua transmissão? Como pode o conhecimento ser legitimado? Estas são as perguntas de Lyotard em seu livro "A condição pós-moderna". Ele acredita que o método de legitimação tradicionalmente utilizado pela ciência, um discurso que faz referência a uma metanarrativa torna-se obsoleto em uma sociedade pós-moderna.
Em vez disso, ele explora as comunidades de significado como o novo caminho para esta legitimação".
Ver http://bit.ly/w8lYsI

De um outro lado, o professor Jones da University of Washington, USA que alega que a definição desse profissional é uma tarefa difícil. Ele indica isso fortemente em um artigo recente (e que você pode ler a seguir), de nome: "Nenhum conhecimento existe sem uma informação" [No knowledge but through information] by William Jones. First Monday, Volume 15, Number 9 – 6 September 2010 http://firstmonday.org/ojs/index.php/fm/article/view/3062/2600
Escrito por: Eliana Rezende - Curitiba, Fevereiro/2014

Daí a importância não apenas de produzir informações, mas essencialmente de distribuir criativamente o que se tem e manter uma inquietação necessária aos constantes acréscimos.

Questões sobre como oferecer o ambiente propicio para que tal ciclo virtuoso ocorra é um dos desafios das instituições. Não basta ter planos, estratégias, metas bem traçadas e delineadas, índices de performance (KPI)  se no seu corpo faltarem profissionais com tal espírito compartilhador e interdisciplinar. Sob esta ótica, é preciso não de “tarefeiros”, meros executores, cumpridores de metas e afins, mas antes de tudo são necessárias pessoas com a capacidade de engendrar e compartilhar... com espírito colaborativo  e motivador  da criatividade e Inteligência própria e alheias.

Não creio em receitas prontas, e muito menos daquelas que seguem em listas com os 10 pontos...os 6 ou os 5 pontos... Isso não existe! Acho que o primeiro passo efetivo a ser dado é reconhecer que as receitas não servem à pessoas! São eficientes na culinária! E dependendo de quem as faz ainda pode dar errado só com perdas de ingredientes. A metáfora aqui é excelente: já que uma empresa pode ter ali todos os ingredientes que resultarão em algo muito bom, mas se o profissional responsável em conduzir o processo não tenha esse cabedal, tudo se perde.  A Escrito por: Eliana Rezende - Curitiba, Fevereiro/2014
Acredito sim, que pessoas com o perfil citado acima e que tenham um bom repertório intelectual, metodológico, amplamente experienciado em suas vivências profissionais garantirá maiores chances de êxito, apenas e tão somente isso.


Imponderáveis poderão ocorrer quando o mesmo indivíduo estiver submetido à diferentes grupos de indivíduos e/ou instituições. O mesmo profissional terá resultados diversos de acordo com o ambiente e a cultura organizacional em que estiver inserido.

Creio sim em lapidação! E essa precisa e deve ser feita. Reside aqui uma característica importantíssima: o candidato a Gestor de Conhecimento deve ter antes de tudo essa humildade de entender que sempre estará aprendendo e assimilando coisas. Nunca poderá ter a atitude presunçosa de achar que sabe o suficiente.

De novo insisto que a questão da interdisciplinariedade me seduz e não consigo pensar em trabalho que não seja assim, em especial quando envolve um grupo. Gosto dos grupos e das possibilidades advindas por múltiplos olhares. Em minha experiência vejo a necessidade de muita flexibilidade, é um esforço pessoal, mas sinto-me recompensada. Preciso lidar com pessoas de diferentes áreas e formações para que juntos possamos construir na instituição as normas, procedimentos e ações em torno da Gestão da Informação. 

No desempenho desta atividade, noto que o grande hiato entre diferentes áreas é a segmentação e, destarte, a dificuldade de interlocução. As pessoas costumam estar sempre muito voltadas para o seu "centro" e desperdiçam oportunidades de ver o que está ao seu redor.

Creio que neste ponto a metáfora que se adéqua é a do fazedor de pontes... Não devem haver muros e divisões e acho salutar que as fronteiras sejam movediças e todos troquem suas fontes e aprendam com a flexibilidade. Essa é uma característica muito importante a ser desenvolvida.


Dito isso e retomando nossa questão inicial de: qual é o perfil teria desse profissional Gestor de Conhecimento, segundo a minha perspectiva?
Vejamos: 

Tal profissional deve se capaz de aceitar respostas diferentes para as mesmas perguntas.
Dever ser do tipo que não descarta a priori como erradas respostas que apenas sejam diferentes das suas. Em muitos casos não há certo ou errado: há apenas o diferente!

Deve saber liderar equipes trans e multidisciplinares, ter sempre uma atitude de facilitador para que trocas e aprendizagens se façam. Deve ter uma atuação de empatia e acesso ao outro: só assim o valor de subsidiar esclarecimento de dúvidas, estímulo à interação e o compartilhamento se efetivarão.

Precisa ser um profissional com livre trânsito e acesso à Geração Y e conhecer de perto a matéria-prima e DNA de que sua instituição é feita. É preciso ser alguém que não apenas conheça, mas que faça circular atributos da cultura organizacional: valorizando-a e aprimorando-a tanto quanto possível a partir da experiência de todos.

Dever ter espírito curioso e interessado: ser humilde e reconhecer que aprende sempre e todos os dias. E mais do que isso: ser generoso em partilhar e distribuir o que sabe!

Deve ter profundo interesse pelo aprimoramento e aprendizagem não apenas de si próprio, mas de todos os que lhe cercam tirando de cada oportunidade e pessoa o seu melhor.

De todos essas características, ser bom ouvinte é dos exercícios o que o Gestor de Conhecimento deve procurar melhor desenvolver. Dar-lhe-á o sentido do respeito à experiência do outro.

Por trabalhar com Projetos de Memória Institucional é usual recorrermos à metodologia de coleta de depoimentos e isso nos dá sensibilidade e proximidade com a construção de outros saberes e outras perspectivas que informam o presente e engendram outros caminhos e possibilidades.

Mas isso é assunto para um post inteiro...

______________
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25 comentários:

  1. Olá Eliana, boa tarde! Seus textos sempre nos levam a refletir e até aprender um novo olhar! Sempre que falo de conhecimento, me vem a palavra 'movimento'! Penso que conhecimento não pode ser estático, pois traz muitas e diferentes experiências anteriores! O perfil do Gestor de Conhecimento ele tem que sempre estar inovando e reciclando seus 'conhecimentos'!!! O assunto é extenso.. passam milhões de reflexões a cerca deste assunto!!! Esta fica minha pequena contribuição!
    Grande abraço e um ótimo domingo!

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    1. Olá Cassinha...
      Isso mesmo!!!
      Não creio que a função caiba em uma caixinha e que dela resulte uma séria de procedimentos que sendo seguidos resulta.
      O objetivo e sempre procurar mostrar outras possibilidades. Em geral essa área acabou sendo alimentada por profissionais oriundos de áreas com uma tradição mais técnica e em geral sinto que lhes falta essa lida com o humano e seus imponderáveis...
      Abs e volte sempre!

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  2. Oi Eliana:
    Como especialista em GC, gostei de ver e posso te dizer que:
    Usualmente os gestores de conhecimento vêm de disciplinas variadas. Dependendo muito da cultura organizacional são engenheiros ou administradores e, recentemente, até gestores de TI que são chamados para ocupar e exercer esta função. Mas nada impede sermos cria de outras fontes.
    Mas particularmente vejo a Gestão do Conhecimento (GC) mais para fractal do que Euclidiana, uma vez que trata, basicamente, de iterações de gente, 'sistemas abertos'.
    Por isso o perfil do gestor de GC e de todos na equipe atrelada a ele deve ser, antes de qualquer coisa, a de alguém completamente aberto e receptivo às mudanças e inovação. Veja que não é isso que se pede da GC, mas é um dos seus melhores subprodutos.
    Não perder de vista as metas organizacionais e ao mesmo tempo ter uma empatia com a fonte do seu objeto de gestão. Não se sentir melindrado ao ter que lançar mão de práticas nem ferramentas de outras ciências ou disciplinas, visto que estes limites são tênues.
    Ao mesmo tempo, não deve esquecer que criar e manter uma memória institucional -pois a GC passará invariavelmente por aqui- é um passo estratégico para qualquer empresa. Uma vez feito isso, consegue-se um moto perpétuo onde criatura cria ao compartilhar. Iterações.
    E, ao igual que a TI, a GC, passa de processo periférico à estratégia organizacional.
    Abs

    LionelC
    1521

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    1. Olá Lionel...
      Muito obrigada por acrescentar tanto ao meu post!
      Sim, vc tem imensa razão: temos que pensar a Gestão de Conhecimento como fractal. Sempre que lidamos com a dimensão humana temos que estar igualmente abertos à tudo o que lhe cerca.
      Por isso, reforço a ideia de que tal Gestor tem que ser uma pessoal, aberta, receptiva, flexivel... mediadora...sempre!
      Abs e muito grata por ser um interlocutor que agrega sempre tanto!

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  3. Excelente tu post Eliana, y tienes mucha razón un gestor de conocimiento. Debe en primer lugar saber escuchar e interpretar cual es la problematica, igualmente saber integrarse a equipos interdiciplinarios para no trabajar un proyecto de forma individual, tambien la humildad de la que hablas es muy necesaria para evitar ser prepotente y conocedor de todo sin abandonar por supuesto nuestras competencias. En la actualidad existen grupos de profesionales como los expertos en manejo de información (bibliotecólogos y archivológos), que se están compenetrando y convirtiendo en expertos informáticos, adaptando y utilizando lo mejor de la tecnología en unidades de información para producir o ayudar a producir conocimiento a otros profesionales.

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    1. Olá Eudis...
      Obrigada!
      Creio que o ponto que gosto de tocar é que apesar de haver tantas técnicas, metodologias e afins o que de fato agregará é a capacidade e sensibilidade do gestor em lidar com a dimensão humana envolvida na Gestão de Conhecimento.
      Abs e muito grata pela interlocução: volte sempre!

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  4. Eliana,
    Mas, apesar de todo este cenário, acredito em algumas DICAS para estimular o autodesenvolvimento buscando a condição de INTERDEPENDÊNCIA para sustentabilidade da AUTONOMIA do sujeito na relação com o mundo: ATENÇÃO para deixar a mente aberta e alerta, FLEXIBILIDADE para aprender a curvar-se diante dos fatos, OUSADIA para tentar e arriscar, CRIATIVIDADE para fazer diferente e evoluir, CORAGEM para abdicar da zona de conforto, dominar o medo e realizar escolhas e planejamento para desenvolver as melhores e mais rentáveis estratégias.

    Creio que devemos lidar com a Gestão em Conhecimento como instiga Cora Carolina: "Feliz aquele que COMPARTILHA o que sabe, e APRENDE o que ensina”.

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    1. Ol@ Luiz...
      Em verdade, vc descreve o primeiro passo do que se deve chamar relação. Sempre uma via que vai e que vem...
      A humildade de reconhecer que em verdade ninguém sabe o suficiente e que o outro sempre trará acréscimos.
      Abs

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  5. Olá Eliana
    Gostei do texto e da discussão que este provocou. Ser um fractal antes de um movimento euclidiano me agrada até porque, de fato, não temos mais como retroceder ante a evolução humana e ao desenvolvimento tecnológico que se nos apresenta. Também vejo que o gestor precisa ter habilidades e competências para lidar com a linguagem tecnológica, ou seja, ter a comunicação como um elemento basicamente forte e certo na gestão.
    Abraços
    Prof. Rosangela

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    1. Olá Rosangela...
      Sim vc tem muita razão! A comunicação (pensada em todas as usa instâncias) são fundamentais nesse processo.
      Uma comunicação que não faça ruídos e que agregue sempre. Os aspectos tecnológicos devem ser vistos apenas por aquilo que são: ferramentas! São meio para se chegar a algo que é e precisa ser muito maior.
      Abs e muito grata por tua contribuição!

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  6. Eliana, mais uma vez foi perfeita em seu artigo. Eu sempre pensei desta maneira que você abordou sobre o Gestor do conhecimento. Atualmente, já necessitamos de Engenheiros "holísticos". Afirmo isto por atuar em uma área que prescinde de um conhecimento mais abrangente, que é o Meio Ambiente e a respectiva Sustentabilidade. Aguardo o próximo artigo.
    Abraço

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    1. Olá Adriano...
      Muito obrigada!
      Engraçado vc citar uma palavra que na ora em que escrevia o post pensei em usar: visão holística. Rs, rs,rs,
      Não usei pela abrangência que o artigo teria e queria que TODOS lessem e não tomassem a palavra de maneira "pejorativa". Mas concordo contigo e qdo falo desse olhar humanista é nisso que penso.
      Essa perspectiva sem dúvida é abrangente e agregadora. Qualidades fundamentais para quem lida com o Outro.
      Por ter essa visão que citei no final do post o trabalho com Memória Institucional.
      No trabalho de Projetos de Memória Institucional a grande vantagem nesse sentido, é saber compor e ouvir o outro e o repertório que nos traz. Daí essa lida com os caminhos da sensibilidade ao saber que é o do outro e que nos ajuda a somar.
      Abs e aguarde os próximos posts sim. Mas já vou adiantando: vario muuuuito os temas, heim? Não se decepcione!

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  7. Olá Eliana,
    Tenho acompanhado alguns de seus artigos, como sempre apropriados e reflexivos. Em relação a esse especificamente, gostaria de reforçar o ponto que voce gosta de tocar, “a capacidade e a sensibilidade do gestor em lidar com a dimensão humana envolvida na Gestão do Conhecimento”.
    Entendo, também, ser imprescindível em qualquer gestão e principalmente em conhecimento e acrescento que apesar das ferramentas/tecnologias, a interação pessoal ainda é fundamental. Muito boas as contribuições!
    Abraços,

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  8. Eliana, a palavra "holística" é muito utilizada na minha área, ambiental. Quando fiz o Curso de Meio Ambiente, sabia que precisava de grupo de estudo e realizações de trabalho, desta forma, procurei me agrupar com pessoas (éramos 5) que tivessem outras aptidões como, por exemplo Direito. As turmas de Cursos de especializações´em Meio Ambiente, atualmente, tem até médicos!!!
    Pode deixar que não me decepcionarei
    Abs

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    1. Ol@ Adriano...
      Não consigo pensar em outro caminho para a produção de Conhecimento que não seja a interdisciplinaridade!
      Fragmentar e compartimentar dificilmente trará inovação social e cultural.
      Já os renascentistas pensavam assim e vejam qtos gênios daí surgiram.
      Eu própria gosto muito da forma como compus meu Doutorado na UNICAMP, mas tbm fazendo disciplinas na FAU/USP com arquitetos, engenheiros, sociólogos e outros profissionais; na ECA/USP, tendo matéria desenvolvida por professora da Faculdade de Psicologia USP e tendo as aulas no Departamento de Música, com companheiros musicistas. Ou fazendo as disciplinas no IEL/UNICAMP de Letras com fotógrafos, cenógrafos e artistas plásticos e cênicos. Ou meus cursos de especialização em fotografia do século XIX e XX com companheiros da química, física e tecnologias de informação. Todo esse caldo me deu tanto!
      E já que não vai se decepcionar: pegue um acento e tome uma chávena de chá: é preto!
      Rs,rs,rs, (falo do meu novo post, o Chá Preto)
      Abração e continue aparecendo... sempre tem conversa!

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  9. Ol@ Adanis...
    Muito grat@ por tuas considerações, e que bom que tem acompanhado e lido. Por favor, acrescente, opine, debata: só assim consigo refinar o que penso.
    Muito obrigada pela postagem por aqui!
    É isso mesmo: quero que cada vez mais ele seja um espaço de pensamento crítico e debates e colocar comentários reforça muito isso.
    É tbm forma de fazer com que as informações que geram conhecimento circulem e se oxigenem.
    Valorizo muito esse sentido de sensibilidade e valor ao humano: as ferramentas são apenas isso! São como utensílios em uma cozinha de quem não sabe fritar um ovo. É preciso saber ir além da técnica e só a sensibilidade é capaz de tecer isso em tramas resistentes.
    Espero vc e os demais e várias outras oportunidades!
    Abs

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  10. Eliana,
    Excelente post,nos faz refletir sobre as atribuições de um gestor do conhecimento.Procuro aplicar o meu conhecimento na empresa na qual trabalho,compartilhando saberes que perpetuem e se distribuam na instituição, refletindo no trabalho dos meus colegas.Concordo com muitos pontos do seu texto, o principal é que realmente é mais adequado o termo gestão em conhecimento, até por conta do fator de continuidade que a informação/conhecimento possuem.

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    1. Olá Fernando..
      Que bom que pode te inspirar e fazer pensar algumas coisas.
      Estamos vivendo um período onde ainda estamos aprendendo. Assim, experiências e compartilhamentos trocados são muito importantes, bem como dúvidas e angústias. Afinal, não temos todas as respostas!
      Abs e volte sempre

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  11. Eliana, gostei do seu artigo, pois foca os principais atributos que um profissional de GC deve ter, facilitando assim o entendimento do papel ao profissional, bem como a seus parceiros de gestão do negócio e da empresa.

    Em agosto de 2012 participei como palestrante num painel sobre este tema no congresso KM Brasil que tem o apoio da SBGC - Sociedade Brasileira da Gestão do Conhecimento, assim com o objetivo de colaborar com este artigo, compartilho aqui o link da palestra no Slideshare - http://bit.ly/1frIoXP - att. @neigrando

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    1. Ol@ Nei...
      Puxa! Parece que combinamos a fala, não é mesmo?
      Muito didática tua apresentação: parabéns! Gostei bastante.
      Muito obrigada por compartilhar com todos nós.
      Super abraço e volte sempre!
      Abs

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  12. O verbo eu sei ficou no passado quando se trata de conhecimento,tudo que se move sofre transformação,sendo assim, quando quando trabalhamos de forma colaborativa agregamos conhecimento tanto para nós como para o outro,desta forma, o que parecia estar bom fica cada vez melhor,pois quando nos proporcionamos a compartilhar tudo fica mais valioso ,crescemos com o outro de modo satisfatório ,o que era bruto ao ser lapidado, nos remete a uma consciência coletiva em novos valores.

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    1. Ol@ Ione...
      Sim é isso mesmo!
      Tens imensa razão.
      Quando lidamos com Gestão de Conhecimento precisamos sempre entender o quanto isso exige disponibilidade e generosidade.
      Sem essa generosidade intelectual fica muito dificil todos os caminhos e atalhos.
      Abs e muito grat@

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  13. A nova cultura empresarial: a aprendizagem organizacional



    Olá Eliana! Estou voltando.

    Venho trazer uma visão voltada para a empresa e sua cultura. Sou Mestre em Gestão do Conhecimento e tenho uma boa vivência em empresas com mais de 10 mil funcionários, ou serão colaboradores? Ou pessoas, ou poderemos chamá-los(as) de trabalhadores de conhecimento. Pois é, tudo muito abstrato e ao mesmo tempo tão fascinante e também tão importante e essencial para a Sociedade atual.
    Vamos divagar um pouco...
    Chaín Navarro, em seu livro "Introdución a a Gestión y Análisis de Recursos de Información en Ciência e Tecnología", define a cultura organizacional como "o conjunto de valores com o qual se está atuando, com o qual as pessoas envolvidas se comportam".
    A cultura organizacional define o comportamento, motiva seus integrantes e afeta a forma em que a organização processa a informação; frequentemente expressa valores, ideais e crenças compartilhadas por seus integrantes.
    A combinação de diversos fatores mostra as bases da cultura organizacional, é o caso do uso da informação e sua disseminação, uso do correio eletrônico, relatórios, bem como a preferência pelas informações orais, rumores, etc.
    As empresas focadas na gestão do conhecimento compartilham uma tendência que as faz serem contempladas como organizações com uma estrutura plana, com canais horizontais e transversais de comunicação, permitindo, em certa medida, serem flexíveis quanto à rotação de seus membros pelas funções fundamentais do negócio facilitando a todos poder exercerem nas diferentes funções e posicionarem no mercado.
    O anterior é possível, como resultado da especialização por parte das organizações em determinado negócio, sobre o qual traçam toda uma estratégia e trabalham em função dela todos seus membros em conjunto. Isto possibilita que, com o conjunto de habilidades e atitudes para a aprendizagem contínua, o trabalho em equipe, a disseminação do conhecimento, a criação de novos modelos mentais a adaptação às mudanças e a honestidade suficiente para definir, aceitar e comunicar suas funções, ou o que realmente contribui no negócio; a organização possa posicionar-se no mercado e manter uma vantagem competitiva sobre as organizações afins.

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  14. Continuando...
    Outro aspecto importante a considerar é que o plano anual, com objetivos básicos de produção, vendas e resultados econômicos, conte com a participação efetiva de todos os integrantes da empresa, a partir de um propósito geral da direção. Isto significa um avanço ante o sistema tradicional de seguir fielmente o plano anual elaborado pela direção. Os objetivos relacionados com cada nível de gestão devem ser discutidos com cada pessoa afetada com o objetivo de conseguir o compromisso de cumpri-lo.
    Caso se fomente a participação do pessoal, os comandos intermediários não só funcionariam de vínculo entre a direção e os trabalhadores, mas também poderiam fornecer ideias ao processo produtivo. Para isso necessita-se uma boa política de motivação de incentivos monetários em função dos objetivos alcançados ou das melhorias fornecidas.
    É importante o trabalho em equipe, a comunicação, a troca de experiências, a colaboração entre os empregados. Assim, o papel do gerente é motivar o grupo para a ação, controlar seu funcionamento e seus resultados, enquanto o grupo é o encarregado de buscar e utilizar a informação que necessita para resolver problemas ou lidar com as tarefas impostas.
    O trabalho em grupo é um elemento muito poderoso que pode estimular a produção de ideias. A união de várias pessoas entorno de um pensamento aumenta a capacidade de relacionar conceitos, assim vários cérebros produzem ao mesmo tempo e no mesmo local.
    Na cultura empresarial um aspecto muito importante a potencializar é a criatividade do indivíduo. Tudo que se produz, que é novo, original é criativo.
    O processo de criatividade no indivíduo está determinado pela solução de problemas, ou pelo menos, pela busca das possíveis, e pela sua comunicação mediante ideias originais, inovadoras e pontos de vista diferentes aos existentes.
    É muito importante potencializar a originalidade do indivíduo porque dela depende, entre outros fatores, a criação de novos valores na organização.
    A aprendizagem é um dos indicadores de maior peso na criação da nova cultura. É o processo de transformação e de incorporação do conhecimento, tanto em nível pessoal como de grupo ou de organização em seu conjunto. A aprendizagem em equipe se baseia em processo de observação interpessoal e em compartilhar em grupo os conhecimentos individuais.
    Para desenvolver a capacidade de aprender são necessárias novas formas de exercer a liderança, fomentar novos valores culturais, reestruturar a organização, gerir o pessoal, etc.
    Espero que de alguma forma tenha colaborado para tão importante discussão que certamente nos trará novos conhecimentos e um novo olhar “individual” sobre as mudanças ocorridas com tais atitudes e em cada um de nós.
    Carpe Diem!

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    1. O@ Cumaru...
      Que bom tê-lo por aqui e que tão boa contribuição vc trouxe para todos nós.
      Tenho certeza que todos que leram teu comentário puderam ver qto complementou meu post.
      Muito grat@ e volte sempre!
      Abs

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