24 de jan. de 2014

As faces de Sampa

Por: Eliana Rezende

Sampa amanheceu com um frescor próprio de outono, com céu azul e uma temperatura amena.


Reencontro-a paralisada ainda por uma greve nos transportes. Talvez por isso, acorda devagar, com ritmo mais lento e preguiçoso

Suas ruas e avenidas dão espaço para que mais corpos trafeguem sobre ela, sem serem interrompidos pelas chapas metálicas dos transportes coletivos, ou pelos fios dos elétricos que circulam por suas avenidas betumizadas e pelas edificações que se fecham como muralha, que tentam por seus deslocamentos aproximar pessoas e encurtar distâncias...



Os corpos se movimentam em diferentes ritmos: uns mais lentos, em passos vagarosos e sem pressa, imprecisos e incertos. Outros agitados e apressados buscam vencer distâncias com passos firmes e determinados: driblam obstáculos, outros corpos, outros passos.

Dos subterrâneos desta Sampa o Metropolitano cruza as distâncias e caminhos feitos de ferro.
Ferro sob concreto... Do concreto surge a multidão... homogênea... compacta...
Mil faces, múltiplos rostos... Corpos, muitos corpos alcançando o deslocamento em outros ritmos que não os dos próprios passos. Escrito por:Eliana Rezende - São Paulo, 2003


É uma cidade com uma alma bem vincada e absurdamente metropolitana.
Uma cidade que não diminui sua pulsação em momento algum e que mesmo quando espera se movimenta!
Reencontrá-la é também fazer sentir em mim o pulsar de vida ... a mesma vida que pulsa na alma desta cidade de tantos rostos..tantas faces...

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