Sampa: a Velha Senhora...
Por: Eliana Rezende Praça Carlos Gomes - SP Sampa agoniza... Sinto-a como uma velha senhora que está morrendo. E morre, não em seu momento de glória e vigor. Deixa a cena de forma triste... é um corpo obeso que se movimenta com dificuldade: excedeu em muito suas capacidades de acomodar seus volumes imensos. Suas artérias estão obstruídos e doentes. Não lhe faltam pontos de congestionamentos, deterioração, cicatrizes... Seu pulmão falha, e quase não respira. Falta-lhe oxigenação. O cinza toma conta do ar que a alimenta. Seu coração é o mesmo (um centro doente e volumoso) que já não acomoda e nem irriga suficientemente suas extremidades. Muitas partes sofrem a gangrena da pobreza extremada, da violência e de todo o conjunto que a miséria humana consegue patrocinar. O coração que antes batia forte hoje arfa com dificuldades de dar pulsação e ritmo ao que está distante. Seus intestinos param dia a dia de funcionar. Os dejetos paralisam funções e não fluem como deveriam: