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Mostrando postagens com o rótulo tecnologia

Algorítmos como grilhões para Conhecimento e Inovação

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Por: Eliana Rezende Há tempos venho pensando, e com certo incômodo que a  partir do desenvolvimento de ferramentas com fins claros de determinar perfis, gostos, nichos e vontades dos consumidores uma lógica perversa se deu e tornou-se um limitador. A partir do desenvolvimento de ferramentas com fins claros de determinar perfis, gostos, nichos e vontades dos consumidores uma lógica perversa se deu. Observe: Todas as vezes que realizamos uma busca, qualquer que seja, imediatamente algoritmos começam a selecionar quais as respostas que são as nossas preferidas, e dia-a-dia, pesquisa após pesquisa começam a aprender sobre nosso perfil, nossos gostos e desgostos. Isso por si só não seria o problema. O problema piora logo a seguir, pois para haver uma customização de nossos gostos e preferências, quase sempre somos levados aos mesmos lugares e quase que invariavelmente, às mesmas velhas respostas. É a famosa existência dentro de uma bolha. Quase sem notarmos estaremos fornecendo

A vida wi-fi de seres desconectados

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Por: Eliana Rezende Estranho pensar como uma civilização inteira tão conectada, ligada, plugada em cabos, fios, redes, plataformas e todo tipo de brinquedos tecnológicos pode ao mesmo tempo, e de forma quase que automática, estar completamente desconectada da vida à sua volta.  Um estado de distopia parece se avolumar e alcançar todos: não importa idade, gênero, posição social e até grau de instrução. A vida, em especial aquela vivida em grandes centros urbanos parece reduzir as pessoas a autômatos que respondem e movem-se num aglomerado de poluição e engrenagens mecânicas, metálicas, por entre concretos, por cima de asfaltos entre espelhos e vidraças. Dentro de veículos individuais ou públicos, indivíduos perfilam-se e seguem suas rotinas tendo nos ouvidos um fone, nas mãos um teclado, e alheios a tudo e todos seguem suas rotinas de congestionamentos físicos e mentais, feitos por veículos, vidas e até ausências. O único congestionamento não permitido é o de pensamento

Viagem Pitoresca ao Brasil, de Debret

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Por: Eliana Rezende           & Lionel Bethancourt História pode também ser escrita por imagens, e livros nem sempre precisam de palavras dispostas umas após outras para compor um enredo. Este é o caso do livro "Viagem Pitoresca ao Brasil”, uma obra de Jean Baptiste Debret. Imagens que povoam nosso imaginário, que são nossas velhas conhecidas desde os tempos de escola e que olhadas séculos depois nos mostram tanto! Caso não conheça, ou não se lembre, clique aqui para (re)ver/lembrar/conhecer. Vendedores de palmito e de samburás , 1834-1839 - de Jean-Baptiste Debret (França, 1768-1848) Gravura baseada em aquarela, original c. 1825 A beleza e precisão dos traços de Debret são fantásticos e nos fazem pensar sobre o quanto hoje em dia as mãos e as possibilidades que estas tem de traçar e desenhar se afastam disso e aproximam-se de teclados, Ipads e mouses.... Será que estaríamos desaprendendo? Bem, não sejamos tão radicais. Desaprendendo talvez não. Há, contudo,

Será mesmo que você escolhe?

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Por: Eliana Rezende Me incomodo quando vejo imensas, e diversas, campanhas publicitárias que no fundo são sempre mais do mesmo. Elas procuram de todas as maneiras vender-lhe a ideia de que você está escolhendo, o que me parece tão sem sentido! Explico: Escolher, por exemplo, um carro entre as cores metálicas (em geral prata), branco, preto ou vermelho? Isso é escolher? Experimente fazer o exercício de olhar um congestionamento qualquer e verá sempre os mesmos carros (uma ou outra alteração aqui e ali; às vezes uma lanterna, outras uma frente mais ou menos arredondada, mas é só), um amálgama, sempre das mesmas monótonas cores primárias trafegando comprimidamente entre seus 5 lugares. Mesmo por dentro tudo é disposto sempre da mesma forma e maneira. Motores isso ou aquilo, para quê? Se todos conseguem desenvolver apenas aqueles míseros 20 km/hr nas ruas e avenidas de trânsitos congestionados das grandes cidades? Observe o mais novo celular que você puder encontrar. Temos

Geração Digital não sabe pesquisar? - Parte I

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Por: Eliana Rezende Um estudo recente , revelou uma realidade lamentável: os estudantes da era digital se contentam com informações rápidas, sem se importar com procedência e fidelidade. E o pior: este déficit não atinge apenas os mais jovens. Mesmo os mais velhos e adultos estão cometendo este erro. De fato nossa sociedade vem se caracterizando por um déficit de atenção atroz em diferentes segmentos (digo aqui em aspectos pessoais, profissionais e muitas vezes acadêmicos). As pessoas definitivamente estão se condicionando a simples 140 caracteres e a urgência e leituras em diagonal fazem a vida de muitos. A verticalidade e profundidade deixa de ser vista como sinônimo de consistência para ser considerada redundante e repetitiva. Há também um problema clássico, e este vem de anos: as pessoas em geral buscam fórmulas rápidas e soluções imediatas, sem o uso da crítica. A crítica neste sentido não tem que ver com gostar ou desgostar, tem que ver com questionar sobre pro

Sua vida cabe numa timeline?

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Escrito e lido por: Eliana Rezende Ouça eu ler para você (escolha a opção abrir com:  Music Player for Google Drive) Esta tem sido, na última década, a pergunta que milhões tentam responder. Uma pergunta simples que possibilita alimentar compartilhamentos e publicidades de si por meio da rede mundial mais conhecida e utilizada no planeta, o Facebook. Em geral o mundo de eterna felicidade, sucessos e realizações em rede pode trazer atrás de si outras verdades. Viver online, compartilhar e curtir pode ser muito mais simples do que viver o dia a dia trocando o olho no olho e suportando as diferentes dificuldades, sem desconectar-se ou com status de invisível. A vida real tem muito menos ' likes ', risos, caras e bocas, frases, causas, militâncias ou animais de estimação! Em verdade o mundo não mudou tanto! Ainda escolhemos onde passamos boa parte de nossas vidas, para onde viajamos e com quem nos relacionamos,  comunicamos e como nos movemos. O que ocorreu foi

Redes Sociais: a perpetuação de um modelo maçante e infantilizado

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Escrito e lido por: Eliana Rezende  Ouça eu ler para você (escolha a opção abrir com:  Music Player for Google Drive) Em outras oportunidades já abordei as questões envolvendo o Facebook e os padrões de   comportamentos dos seus usuários.  Neste post concentro-me em uma análise das chamadas redes sociais, e até a 'profissional': LinkedIn. Quando do seu surgimento, as redes apontavam com uma possibilidade inédita de interação, troca por compartilhamentos e possibilidades de interação em tempo real. Parecia, aos observadores, que encontrávamos um novo modelo, inovador e renovador, para relações e trocas sociais. A comunicação parecia romper fronteiras de tempo, espaço, classes sociais e culturas. Paradigmas seriam rompidos quase que na mesma proporção em que tecnologias fossem sendo criadas e disponibilizadas à usuários pelo mundo, através de gadgets variados. Transcorridos, tempo e tecnologia, as projeções se mostraram diametralmente opostas. Hoje, o que

Quero meus direitos!

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Por: Eliana Rezende E de repente, num mundo onde é sempre tão importante garantir espaços e reivindicações nos vemos diante do avesso dos direitos. Quem diria que teríamos que reivindicar o direito à ficar velhos, morrer, ser infeliz ver por outra, ser esquecido nas redes? Isso mesmo! Pode parecer absurda a ideia de direitos para tais temas. Mas é que de repente tornaram-se proibidos e evitados como tabus. Em nossa sociedade as pessoas confrontam-se com os dilemas de ser sempre jovem, torneado, "sarado", sem vincos, marcas ou sinais. Envelhecer parece ser o maior de todos os castigos e se tais anos vierem acompanhados de rugas e cabelos brancos é o fim! Não se deseja ou almeja o tempo da maturidade e as pessoas não aceitam o tempo como um aliado. É o inimigo a ser combatido. As armas são velhas conhecidas: terapias botulínicas, cirurgias plásticas e todo um arsenal de tratamentos para corpo, pele, vitaminas e afins. Não se entende os sulcos da pele como marcas da

Inteligência em Inteligência Artificial?

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Por: Eliana Rezende Acho "natural" esse movimento tecnológico e seus usos e aplicações, e parece ser uma tendência esperada e buscada, até pela  ficção .  Isso nos leva a várias e grandes discussões em torno da ficção científica e da Inteligência Artificial. Se formos remeter-nos no tempo,  a Segunda Guerra Mundial foi um grande marco, pois foi a partir desta que houve o desenvolvimento de tecnologias com vistas à indústria. É nos anos 1960 que o desenvolvimento de conceitos que pretendiam imitar as redes neurais humanas ganha o termo “inteligência artificial” por parte de pesquisadores da linha biológica, que viam a possibilidade de que máquinas pudessem realizar as tarefas mais complexas humanas, tais como o pensar. E é seguramente nos anos de 1980/90 que a sedimentação e discussão destes temas se dão em diferentes áreas. Como forma de acrescentar elementos à nossa discussão sugiro que assistam o vídeo a seguir. Ray Kurzweil é considerado um dos maior

Curadoria de Conteúdos: O que é? Quem faz? Como faz?

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Escrito e lido por: Eliana Rezende Ouça eu ler para você (escolha a opção abrir com:  Music Player for Google Drive) O termo inquieta muita gente e, pela banalização de seu uso em diferentes meios comunicacionais, causa a impressão de que ao final qualquer um pode realizar a Curadoria de Conteúdos, ou como alguns preferem chamar Curadoria Digital ou Curadoria Informacional. Em todos os casos, a questão circundante não muda muito e por uma questão que é muito mais pessoal do que de qualquer coisa, opto chamá-la aqui de Curadoria de Conteúdos, já que Informação é a matéria-prima com a qual se lida e não utilizo Digital, por crer que o curador pode e deve atuar utilizando a produção de conteúdos para quaisquer suportes. Já há algum tempo venho pensando em como falar a respeito do tema, tomando em conta especificamente a visão que tenho a partir de diferentes leituras. Talvez, devêssemos começar pelo contrário, e estabelecer o que Curadoria não é . Observe: