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Em Tempos de Tintas Digitais: Escritos e Leitores - Parte III

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Por: Eliana Rezende Este post encerra a série sobre escritos e leitores em tempos digitais. Longe de significar uma conclusão, coloca-se como sendo intenções de apontamentos impressos à tinta. Você pode conhecer melhor toda a série de artigos seguindo os pontos destacados no texto a seguir.  O século XXI está assistindo um ponto onde nossa sociedade coetânea passa pela dessacralização da escrita contínua, linear e exerce características intertextuais , que se fragmentam em múltiplos sentidos.  Até o advento da web, o universo de produção da escrita era tangível. Poderíamos mesmo chamá-lo de analógico, pois encontrava nas palavras a forma máxima de sua expressão. As palavras nominavam ideias e ganhavam nas tintas impressas seu poder de materialização onde o dito e pensado vinham à existência, corporificavam-se.   As entrelinhas eram caminhos extras para inquirir e perscrutar o passado, o dito ou escrito. Teciam possibilidades a partir do não dito. Ofereciam descanso

Em Tempos de Tintas Digitais: Escritos e Leitores - Parte II

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Por Eliana Rezende Em dois posts anteriores, que pode ler aqui e aqui , procurei abordar as questões referentes a fluidez de escritos propiciada por diferentes suportes neste principio de século XXI e os desafios que se colocam à profissionais das áreas das Ciências Humanas. Se num primeiro momento concentrei-me nas formas e possibilidades de escrita, neste outro momento estarei atenta a desenvolver outra perspectiva: Em outra margem e não menos importante, teremos a leitura. Tal como várias outras formas de aprendizagens, sociais e culturais, obedecem a determinados códigos: haja visto que até a forma como deslocamos nosso olhar indica uma ordem que, para o ocidental, vai da esquerda para direita e de cima para baixo. Convenções estas que se colocam como contexto/parâmetro para que a  leitura se dê. A seguir, procede-se à leitura propriamente dita e que muitas vezes não é feita palavra por palavra. Em geral essa leitura possui uma forma geométrica, semelhante ao desenho da

Em Tempos de Tintas Digitais: Escritos e Leitores - Parte I

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Por: Eliana Rezende Em um post anterior introduzi o tema da fluidez de escritos e produções e os desafios que diferentes profissionais da área das Ciências Humanas enfrentarão ao tentar entender essa sociedade de princípios do século XXI, a partir de seus registros escritos. De uma velocidade de ritmos e de suas relações, surge um mundo feito em compartimentos e uma explosão tecida em rede e composta por núcleos que se aglutinam e se afastam imitando o que seja viver em uma sociedade análogo-virtual. São fragmentos compostos por pequenos textos, vídeos e mesmo imagens, que são concebidos e produzidos com intenções explícitas, quer por sua divulgação, quer por sua destruição. As formas de descarte são profundamente acentuadas e circunstanciada subjetivamente: a penúltima produção cede sempre lugar à última e que em vários casos encontra numa tecla delete o seu destino final. Tudo é facilmente substituído pelo imediatamente posterior. Ao “consumidor” final fica a incógnita dos o

Os Historiadores e suas fontes em tempos de Web 2.0

Por: Eliana Rezende Em geral, textos que abordam o ofício do historiador pretendem trazer em seu bojo aprofundamento de questões metodológicas ou mesmo de caminhos investigativos. Devo confessar que não é meu intento! A proposição aqui é muito mais expor uma inquietação provocativa e lançar aos futuros historiadores questões em relação ao seu trabalho e investigação com as fontes produzidas na contemporaneidade de princípios do século XXI. É da minha lida com a preservação e conservação de fontes documentais para posterior consulta e produção de pesquisas que suportam investigações e caminhos que este ensaio nasceu. Tais preocupações com acervos em diferentes instituições impõem a reflexão e aplicação de metodologias e procedimentos que garantam o acesso à informação contida em documentos sob os mais variados suportes  para as gerações futuras. O historiador lida com fontes: pequenos indícios deixados voluntária ou involuntariamente que atravessam épocas, transpõem espaços,