A arquitetura do medo e a vigilância consentida
Por: Eliana Rezende As cidades são o seu entorno e, se arriscarmos uma arqueologia do lugar, veremos de forma muito acentuada exclusão e sua rede de excluídos. Os espaços antes construídos para o convívio social como as praças e mesmo as ruas hoje são, em especial nas grandes metrópoles e megalópoles, onde o medo transita e a barbárie se instala. Para alem disso, as constantes demolições, construções e reconstruções mostram uma cidade autofágica, que perde sua identidade cada vez que um novo edifício surge encima dos entulhos. Camadas e camadas de viveres e fazeres são abandonados e simplesmente substituídos, tal qual nas construções aztecas. Em alguns casos, tais sobreposições representam o domínio de uma forma ou modus vivendi substituir, suprimir ou subjugar outra. Novas apropriações e reconfigurações marcam um novo tempo ou função. Implosões, demolições, ocupações, dão nova configuração a antigas formas de ocupação espacial. A sociedade atual tem um foco vol