28 de jan. de 2019

A casa que habito

Por: Eliana Rezende


Por muitos anos, e para alguns, o empreendimento de uma vida é ter um lugar físico que possa denominar de seu: é aquele pedaço de chão, aquele conjunto de blocos, pedras, concreto e cores, que juntos configuram o espaço denominado de: "casa".

Mas, caminhando pela vida e pela existência, percebo que há moradas que fazem muito mais sentido e que nos dão o valor exato deste "habitar".
A "casa" toma assim um sentido figurado e pode ser metáfora do espirito que temos e carregamos como nosso.

O espirito que nos habita possui todas as características que são fundamentais para manter nossa existência.
Se bem fundado é forte: suporta intempéries, dificuldades, desastres, catástrofes.
É lugar de quietude quando tudo à volta parece vociferar e bradar.
É ponto de luz quando tudo parece sucumbir à escuridão e penumbra.
É lugar de paz quando tudo parece uma interminável batalha.

Mas, afinal, muitos não se apercebem que este lugar tão precioso necessita ser cuidado.
O espaço onde nosso espírito habita é um empréstimo da existência. Apenas temos que zelar por ele. E ao partirmos, o entregamos: muito provavelmente do modo como vivemos, em boas ou más condições de acordo como escolhemos viver.
Assim, se bem administrada, a casa que habitamos vai se transformando em fortaleza e lugar de resistência. Lá o espírito crescerá, se fortificará, entenderá e completará aquela que é a sua missão.

A casa que habito já possui mais que meio século e nela me refugio quando tudo o que lhe é externo lhe contradiz, desrespeita, vocifera. Mas suas janelas se abrem e deixa entrar aqueles que a conseguem iluminar porque trazem com sua presença luz e o calor que colore dias e que são capazes de acalentar mesmo em meio à tempestades.

Os anos passados trazem isso de bom; um sentido de permanência e imanência do que verdadeiramente importa e a compreensão de que o que importa está dentro. Não irá a lugar nenhum só e nem precisa que se acumulem bens.

A casa que habito está no dia de hoje em contemplação: comemora mais um ciclo de 365 dias de abrigo numa jornada de muitos dias e outros ciclos. Tem sido um lugar onde minha alma atraca e encontra segurança e paz. É ponto de pouso onde meu espírito se alarga.

Comemora comigo?
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